A Cristina de Olavo
(Contos/Romance/Homenagem)
O Rio de janeiro, merecidamente é considerada uma das mais belas cidades do mundo. Deus foi deveras muito generoso quando mostrou aos hoje cariocas um lugar para morar. Entre esses tantos afortunados é o nosso protagonista nesse pretenso conto, que quero chamar de romance.
Pois bem, esse personagem já nasceu “causando”, logo que sua mãe olhou pra ele notou algo de muito legal, a sua fisionomia era de alguém curioso e extremamente simpático, aquele seu olhar capcioso, parecia querer saber de muita coisa, logo assim, de chegada no mundo. Ela então pensou: - que menino lindo! E decidiu ali mesmo, o seu nome vai ser “Olavo” pois me parece que trás tudo de bom de seus ancestrais, e assim foi batizado.
O rapazinho foi crescendo e não foi diferente do que sua mãe pensava, e as conversas que chegavam até ela eram sempre risonhas. Todos amavam Olavinho, que para os seus colegas era “Vivinho”, ele se destacava como futebolista, daí ter esse apelido, jogava como poucos e marcava muitos gols, por isso todos os colegas o queriam em seu time. Também, era muito charmoso e bem disputado entre as colegas, mas era um rapaz comedido para se envolver, se achava muito novo para querer algo sério com alguém e ficava só amassando furtivamente as coleguinhas.
Certo dia, chegou no colégio onde ele estudava um aluno novo; cara bonito cheio de ginga, metido a conquistador e começou a ganhar as namoradas de vivinho. Porém, esperto como era, não procurou intriga com o rapaz, pelo contrário, buscou ser simpático e sondar o adversário; descobriu que o cara era romântico e estava querendo formar uma “Banda de Rock”. Foi então que descobriu em si a magia da poesia e começou a compor algumas belezuras que logo chamou a atenção do já seu colega “Renato” esse era o nome do galanteador. A amizade floriu e os dois já andavam juntos pelo colégio e em determinados lugares daquela juventude.
Foi num desses lugares que “vivinho” conheceu uma moça linda, seu nome era “Cristina”, mas se resguardou de Renato e pensou: “não vou contar nada pra ele, nem sequer quero que ele saiba que estou gostando dessa menina, senão é capaz dele querer me tomar a garota". Também não contou nada pra ela de sua amizade com Renato.
O tempo passou e aquele que vivia se esquivando de gostar de alguém, já andava louco de amores por Cristina e com justa razão, a moça era um doce; além de bonita, gostava das mesmas coisas que ele, torciam pelo mesmo time de futebol, amavam escrever e fazer poesias. Não tinha como ser diferente, Olavinho, o “vivinho” estava morto de apaixonado por Cristina e ela por ele. Renato, seu amigo andava desconfiado e pensava: “esse sacana tá me evitando”. Posto que sempre que estavam juntos, ele dizia que precisava ir embora. Então o chamou e disse: não vou mais sair com você, sempre você me deixa sozinho por aí. Vivinho respondeu: É por um bom motivo, depois te conto.
Alguns dias depois, “vivinho” vai à casa de Renato e ao bater na porta, assustou-se com o que viu, quem veio atende-lo foi Cristina ele assustou-se e perguntou-lhe: - o que você está fazendo aqui?! Ela respondeu: - eu moro aqui, nunca lhe falei, né?! Ficou mais assustado ainda. Em seguida chegou Renato e lhe disse: - essa é minha irmã, vem entra. Vivinho puxou o fôlego e aliviou-se, mas permaneceu calado. Depois mostrou um papel pro Renato e disse: Tai o que estava me fazendo voltar mais cedo pra casa. Era a letra de uma música que ele compôs. Chamava-se “Cristina”.
Cristina
Vou-me embora agora pra longe
Meu caminho é ida sem volta
Uma estrela amiga me guia
Minha asa presa se solta
Eu vou ver Cristina, vou ver Cristina
Vou ver Cristina
E por onde vou, vou deixando
Marcas do meu peito sangrando
Vou cobrir as flores da estrada
De um vermelho amor, madrugada
Eu vou ver Cristina, vou ver Cristina
Vou ver Cristina
Preciso ver Cristina, minha menina
Preciso vê-la, Cristina, minha menina
xxxxxxxx
Renato leu, achou legal, junto com ele estava outro amigo se chamava "Tim" era músico e de imediato arranjou ritmo pra letra. E naquele momento Cristina falou pro irmão que “vivinho” era o seu namorado que ela tanto escondia. Então comemoraram ali mesmo, numa festinha improvisada.
Renato formou sua "Banda" Renato e seus Blue Caps e Olavo ajudou bastante.
Cristina e Olavo, ainda se amam.
*invejosos dizem que essa letra é do Carlos Imperial gravada por Tim Maia.
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Antônio Souza
(Escritor)
Música:
Cristina – Tim Maia
